Por: José Augusto Mendonça
A frequência das crianças na escola do Ensino Básico Unificado “Malam Bacai Sanha” na localidade de Camaiúpa, Arredores de Catió, na região de Tombali aumentou de forma considerável, após a instalação duma bomba alimentada por energia solar, através de painéis ali instalados.
Antes, as crianças eram acometidas de doenças diarreicas como a cólera e cólicas abdominais devido ao consumo de água de poços e, sobretudo, da lagoa.
Por isso, muitos alunos ficavam de baixa em casa. “Hoje os casos são raros”, sintetizou a Directora da escola que lecciona de pré-primária à 6ª classe, Segunda Teixeira que associa o facto a instalação da bomba.
A decisão da instalação da bomba é muito importante e chegou na boa altura, uma vez que, como se sabe, as crianças, por falta disso, viam-se obrigadas a recorrerem aos poços e lagoas, correndo os riscos de importarem doenças para si.
“Éramos obrigados a ir a procura de água a tabanca para preparar os alimentos (os géneros distribuídos pelo Programa Alimentar Mundial) e para lavar as mãos depois das refeições”, explicou a Finda da Costa, estudante de 3ª classe de 13 anos, que acrescenta que com a colocação desta bomba as coisas melhoraram. “Além do mais a água é muito saborosa”!
“Temos um recipiente ao qual enchemos de água da bomba para os alunos consumirem durante as aulas”, indicou a Directora da Escola, Segunda Teixeira.
Uma segunda bomba foi também construída para o abastecimento dos populares de arredores da escola, mas que entretanto, hoje, tem alimentado também 11 tabancas arredores de Camaíupa.
Domingos Correia, de 56 anos natural e residente em Camaíupa, não cabe em si de felicidade pela iniciativa da UNICEF. “Os meninos percorriam uma longa distância até a lagoa do porto para obterem agua”, lamentou ao refazer o retrato do antes da instalação da bomba.
Ele que foi escolhido como Presidente do Comité de Gestão da Bomba destinada a abastecer a população, martelava na sorte da povoação por ter sido escolhida para beneficiar deste “presente” da UNICEF.
Cada vez que for usado o utente disponibiliza a simbólica quantia de 25 Francos CFA, que se reverte para o fundo de assistência a própria bomba criada para manutenção e aquisição de peças sobressalentes. Segundo o Presidente do Comité de Gestão a bomba funciona três horas por dia.
“O facto de o furo estar situado num bom canal com água potável gostosa, oferece-nos toda a segurança para consumi-la”, observou Domingos Correia, salientando que difere muito ao líquido que antes consumiam dos poços e que eram portadoras de “bichos” que traziam doenças.
As duas bombas são alimentadas por um reservatório em plástico com capacidade de 5 mil litros, bombeados através de um sistema de energia gerado por um painel solar.